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Fundação Renova mobiliza sociedade para recuperação do Rio Doce

Publicado em 20 de abril de 2017 às 16:08, com última atualização em 20 de abril de 2017 às 16:58

Proposta foi apresentada na plenária do Crea-ES nesta quarta-feira (19)

“Sem a participação da sociedade civil organizada não iremos longe”. Esta foi a fala de Roberto Waack, diretor presidente da Fundação Renova, entidade criada para a reparação dos danos sociais e ambientais provocados pela Samarco em Minas Gerais e no Espírito Santo com o desastre de Mariana. A apresentação foi feita na Sessão Plenária realizada nesta quarta-feira (19), no auditório do Conselho.

Com o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), a Fundação vem desenvolvendo trabalhos para reparar os danos e compensar os estados e as populações que sofreram com o impacto. Ao todo, dez câmaras técnicas realizam um trabalho conjunto com o comitê interfederativo na criação de ações para estimular o crescimento e a recuperação dos 40 municípios afetados.

A organização da entidade se tornou referência para resolver problemas de outros desastres. “Esse sistema começa a se desenhar como atuante e atrativo para lidar com grandes desastres, e até mesmo de bacias como a questão do Rio São Francisco, de maneira que a sociedade se articula e a Fundação desenvolve”, diz Waack.  

Frentes de trabalho voltadas para turismo, cultura e esporte, revegetação, infraestrutura, reassetamento, recuperação de nascentes e recolocação profissional fazem parte do programa de atividades desenvolvidas. São 41 programas que buscam atender cerca de 500 mil pessoas impactadas direta e indiretamente, seja pela produção, renda ou relações familiares.   

Para restabelecer a qualidade de vida, a Fundação Renova segue com a realização de cadastros das famílias atingidas. Cerca de 100 mil processos de indenização já foram realizados e 250 mil estão em negociação. “A expectativa é de indenizar 450 mil pessoas. Para isso, temos 14 centros de indenização distribuídos ao longo do Rio”, revela Waack. 

Medidas

As atividades desenvolvidas pela Fundação partem de ações estruturantes, que devem ser colocadas em prática em curto e longo prazos. Manter diálogos permanentes e consistentes com comunidades tradicionais e indígenas, estender estudos voltados para a saúde e o bem-estar dos atingidos, propor alternativas para melhorar o uso do solo e da água e das atividades rurais, a reconformação das margens do Rio, entre outras iniciativas, são melhorias propostas pela entidade para a população.

“Buscamos ainda a recomposição da mata ciliar e das nascentes, por exemplo, em que devem ser recuperadas cerca de 5 mil nascentes, nos próximos dez anos”, revela o diretor presidente da Fundação Renova.

No plano urbanístico, deve ser feito o reassentamento da cidade, com a proposta de organizar a cidade da forma como era antes do desastre, sendo concluído até 2019. Os trabalhos de recuperação devem ainda estimular a economia local, com a contratação de mais profissionais e empresas, contribuindo para a geração de emprego no Espírito Santo. De novembro de 2015 a dezembro de 2016, foram gerados aproximadamente 36,5 milhões de ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) para os municípios atingidos, com o rompimento da barragem de Fundão.

Para o presidente do Crea-ES, Eng. Agrônomo Helder Carnielli, a ação da Fundação é positiva. “Ouvimos tanto falar em tragédia, que agora é bom ouvir falar também nas ações de recuperação do rio e da economia do seu entorno’, pondera.

O presidente da Apea-ES (Associação dos Profissionais de Engenharia Ambiental do Espírito Santo), Giuliano Battisti, colocou a entidade à disposição para discutir propostas de ações. “Essa aproximação permite maior integração e contribuição do profissional na recuperação do Rio Doce, e isso só vamos conseguir com o apoio de todos”, pondera.    

Fundação Renova

A Fundação Renova é uma ONG que tem a missão de implementar e gerir os programas de reparação, restauração e reconstrução das regiões impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão, no subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais, a partir de duas principais frentes: socioambiental e socioeconômica. Conheça um pouco mais da Fundação no site www.fundacaorenova.org


Fernanda Gomes
Comunicação do Crea-ES
(27) 3334-9936



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