Conselheiro do Crea-ES participa de congressos em Foz do Iguaçu

O Conselheiro do Crea-ES Eng. Civil  Elson Teixeira Gatto Filho participou nos últimos dias 18 a 21 de agosto, em Foz do Iguaçú (PR), da 44ª Reunião Anual de Pavimentação (RAPV), que ocorreu durante o 18º Encontro Nacional de Conservação Rodoviária (ENACOR) e da 4ª Expopavimentação.

Realizado pela Associação Brasileira de Pavimentação (ABPv), pela  Associação Brasileira dos Departamentos Estaduais de Estradas de Rodagem (ABDER)  e pelo Departamentos Estadual de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), os eventos contaram com a participação de profissionais da indústria, instituições internacionais, pesquisadores, e autoridades, entre elas o Ministro de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação Aldo Rebelo, o Secretário de Infraestrutura do Paraná Carlos Alberto Richa Filho, e o prefeito da cidade de Foz do Iguaçu Reni Pereira, que  trataram de temas relacionados à pavimentação, como o aumento do número de obras de pavimentação; o crescimento súbito do tráfego em volume e peso; a utilização de materiais como asfalto; e das exigências da legislação ambiental e a carência de profissionais qualificados.

Durante a abertura, foram feitos contatos com integrantes do Instituto Pavimentar e do Sindicopes para, juntamente com o Senge-ES e o Crea-ES, realizarem uma parceria de apresentação em um curso de Instrução e Aperfeiçoamento sobre Laboratórios de Solo e Asfalto, com duração de 2 semanas, na parte da noite, permitindo a presença de muitos profissionais do Estado, sejam eles técnicos, tecnólogos ou engenheiros.

O congresso se iniciou com uma apresentação sobre misturas mornas, uma técnica que vem evoluindo e mostrando grandes resultados, e consiste na utilização do resíduo de fresagem, com o cimento asfáltico de petróleo (CAP) em temperatura mais baixa, diminuindo-se sua perda de elasticidade e do do CAP contido no RAP, permitindo-se dosagens menores do material betuminoso. Houve ainda a presença ativa de empresas ligadas à área de indústria química, apresentando diversos aditivos como a capacidade de diminuição da viscosidade do asfalto e seu aproveitamento integral a baixas temperaturas.

Na área de drenagem, foi apresentado um painel a cerca de bacias de acumulação. Foi dito também que muitos trabalhos científicos apontavam para o controle e medição das tensões, que provocam deformações por fadiga em pavimentos flexíveis.Na área ferroviária, foi apresentado um trabalho de substituição do sub-lastro de brita por CBUQ, recomendado em emendas de ferrovias com estruturas diferentes, como rodovias, pontes, viadutos ou áreas de atenção que exijam maior precisão nos encaixes destes elementos.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) promoveu ainda uma palestra ministrada por Karisa Ribeiro, mostrando as etapas para consignação de empréstimos, cadernos de encargos e a atenção dada pelo BID no aspecto ambiental, seja nas etapas construtivas ou no combate a passivos ambientais existentes na via.

Na área de Conservação de Obras de Arte Especiais (OAE), foram apresentados trabalhos sobre a carbonatação e monitoramento de correntes elétricas, medindo-se a resistividade elétrica com um simples multímetro para cálculo do potencial de corrosão. Foi apresentado também o conceito de rodovias Geração 5 pelo francês Dr. Yves Brosseaud, diretor de pesquisa do l'Institut français des sciences et technologies des transports (IFSTTAR).

Gatto participou ainda de um mini-curso ministrado pelo Eng. Civil Marcos Jabor, do DER-MG. Segundo o Engenheiro, “o que mais me chamou atenção [no mini curso] foram os sucessivos erros construtivos ou de conservação viária repetidos em diversos lugares, em épocas diferentes, e que ainda são continuados, como por exemplo, a construção de meio-fio em bordos externos de curva, aterros consolidados e em PIV superior, algo que não possui utilidade, e que ainda pode trazer perigo.”

Durante o mini-curso ainda foi apresentado novidades que dizem respeito ao uso de matérias de drenagem, como o PEAD, uma material 100% reciclável, leve, que proporciona um considerável ganho hidráulico, e que fica pronta em até 5 vezes menos tempo do que tubos convencionais de concreto, sem contar na pequena altura de escavação, dispensando o escoramento de valas.

O conselheiro frisa ainda que esta à disposição para a comunidade científica, e os demais membros do Crea-ES para esclarecer dúvidas e realizar futuras reuniões e colóquios sobre os temas. Para os interessados, o CD com os trabalhos, artigos e temas tratados no evento encontram-se disponível para consulta no Sindicato dos Engenheiros do ES (Senge).

Kayque Fabiano
Comunicação do Crea-ES