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Engenheiro faz duras críticas ao projeto de mobilidade urbana da Grande Vitória

Publicado em 29 de julho de 2014 às 11:54

O Grupo de Trabalho (GT) do Crea-ES que discute questões ligadas à infraestrutura do Espírito Santo convidou o Eng. Civil Pedro Paulo Fatorelli Carneiro, da empresa de logística Multilift, para ministrar uma palestra na noite desta segunda-feira, 28/7. Na oportunidade, o profissional apontou os pontos que ele considera problemáticos ou ineficientes no projeto de mobilidade urbana do Governo do Estado, que envolvem a implantação do BRT (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus; da quarta ponte; e do chamado Portal do Príncipe, que envolve o acesso aos Portos de Vitória e de Capuaba.

“Até então, os esforços do GT Infraestrutura estavam voltados para a concessão da BR-262. Agora, estamos estudando uma contribuição para melhoria dos projetos de mobilidade urbana da Região Metropolitana de Vitória. O convite feito ao Eng. Paulo Roberto para esta palestra se deve a experiência dele nestas questões, tanto como profissional da Engenharia como empresário”, esclareceu o coordenador do GT Infraestrutura e conselheiro do Crea-ES, Eng. Eletricista Henrique Germano Zimmer.

O Eng. Civil Pedro Paulo iniciou apresentando soluções pontuais que, segundo ele, causariam menor impacto e economia no investimento de verba pública: “Um projeto de mobilidade urbana é necessário e desejável, mas não da maneira como foi apresentado pelo Governo do Estado. Entre as alternativas sugeridas por mim, está a criação de um anel de carga que separaria o tráfego pesado de caminhões do tráfego das cidades de Vitória, Cariacica e Vila Velha. Outro exemplo é que a quarta ponte deveria na verdade ser pensada para o BRT, que exige uma ponte mais esbelta, inclusive com espaço para ciclovia. Esta solução evitaria o uso da Cinco Pontes para o BRT e garantiria ainda o funcionamento do Porto de Vitória”, exemplificou.

O palestrante fez ainda duras críticas ao projeto Portal do Príncipe. “Trata-se de um projeto feito sem muita atenção. O Porto de Vitória está sendo dragado para 14 metros, o que permite receber navios Panamax que transportam até 70 mil toneladas de carga, mas isso só trará benefícios se o acesso a ele por terra estiver solucionado. Hoje, devido ao controle de tráfego de caminhões, o Porto de Vitória movimenta 1 milhão de toneladas de carga por ano. Mas o potencial é de 4 milhões”, defendeu o Eng. Civil Pedro Paulo.

Ao final de sua exposição, o palestrante relatou que procurou tratar do problema com as autoridades estaduais, mas suas sugestões não foram consideradas. “Eles dizem que o projeto já está pronto. Fico triste, pois este tipo de intervenção pode trazer problemas irreversíveis para a cidade. Hoje, há um terreno acrescido de Marinha que seria muito importante para receber obras de mobilidade urbana da Capital, mas que foi adquirido por uma empresa privada, em 2008, e que o negócio teria sido feito com a falida Casas da Banha. Outro ponto questionável é que uma única empresa desenvolveu todos os projetos, sendo que há relatos de que nem mesmo os engenheiros da Setop foram ouvidos durante o processo”, criticou.

Equipe de Comunicação do Crea-ES


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